sábado, 28 de maio de 2011

Luz de La Luna - Cap. III

Um marujo me acordou na manhã seguinte. Não sabia se havia sido um sonho, ou verdade. Não me importava. A minha noite ensinando e tocando canções com Saphira havia sido uma das melhores experiências da minha vida. Eu ansiava pelo retorno da noite, esperançoso pela promessa de Saphira de retornar para mais aprendizado. Eu já não me importava mais se eram somente aulas, só queria estar com ela novamente. E quando...
- Pare de sonhar acordado sr. Owell!
O capitão do navio me pegara muito pensativo. Acho estava começando a perder o foco. Não parava de pensar na sereia que me encantava. A cada coisa que eu fazia, me lembrava seu rosto, seus olhos, seu sorriso...
- Sr. Owell! Da próxima vez que o vir tão distraído com o trabalho o colocarei para limpar o convés com a língua! Fui claro?
- Sim capitão!
Não pode ser! Será que estou apaixonado por uma criatura marinha? Será isso possível? Talvez ela tenha feito algo comigo e... Oh não! Foco! Não se distraia novamente! Pare de pensar nela! Pare de pensar em sua linda voz. Pare de pensar em como a luz da lua fazia seu rosto ficar tão lindo... Estou fazendo de novo não estou...? Seria melhor me concentrar em tecer a rede... deve ser fácil... pela esquerda, pela direita, por cima e por baixo, novamente direita, esquerda, Saphira e por baixo...
...
...
...
...
Não pensar nela... Inevitável...
Um marujo passou por mim. Era só o Haljanor. Gostava de beber bastante, onde quer que atracávamos. Parte do tempo era rude e a outra estava bêbado. Era um homem de uns cinquenta e poucos anos, barba mal feita, fedia a bebida e parecia não se importar com ninguém a não ser ele mesmo. Desprezível. Ele passou por mim e me encarou com uma expressão de desprezo. Não entendi muito bem. me olhava com a quem olha alguém fazendo algo errado, mas eu já não estava mais tão distraído, não estava mais trabalhando tão pensativo. Talvez ele estivesse embriagado ainda. Desprezível. Deixei ele para lá.
A noite se aproximava. O sol começava a se por. E eu pegava o  meu violão para afinar-lhe as cordas. As notas deveriam estar em perfeito estado. Tudo deveria ser o melhor possível. Cantarolei umas duas canções que todos os marujos gostavam de ouvir. Tocava enquanto eles bebiam, apostavam, jogavam cartas... Logo a bebida os fez ficar sonolentos. Pouco a pouco foram indo dormir, cada um eu seu "aposento". O dia havia sido difícil. Conseguimos somente metade do esperado para o dia todo. Talvez outro peixe faminto tenha surgido nessa área e acabado com os nossos peixes. De fato faltava ainda uma semana para voltarmos à nossa terra. Muito peixe ainda podia ser pego em uma semana.
Já estava sozinho no deque do navio. Tomei novamente minha posição da noite anterior. E comecei a cantarolar algumas canções que eu a havia ensinado. Toquei... cantei... nada. Começava a achar que ela não viria mais. Sim. Tudo não passava de um sonho. Que tolo eu havia sido em acreditar que tinha sido real. voltei a fazer o que sabia fazer de melhor. Fechei os olhos e comecei a tocar e a relembrar. Só que no lugar de lembrar de minha infância, acabei por lembrar dos momentos que eu havia passado com Saphira. E comecei a compor uma canção diferente. Existia um toque a mais nela que a diferenciava das outras que eu já havia composto. Como um ingrediente secreto de uma comida. Existia... amor.
Peguei no sono. Nem percebi nada. Acordei desesperado ao perceber meu violão caindo no chão no navio, e acabei por cair no chão também.
"Acho melhor ir dormir." pensei.
Me virei. Me dirigi para meu local de descanso.
- Já vais marinheiro?
Ela? De novo? Se era um sonho ou não, não me importava. Me virei lentamente e lá estava ela... linda como sempre, apoiada na lateral do navio, me olhando com aqueles olhos suplicantes.
- Por favor, não vás.
- Não, eu não vou. Achei que tivestes esquecido de mim e da promessa de teu retorno. - começava a me aproximar dela.
- Não me esqueci. De modo que aqui estou, de volta aonde nos encontramos da última vez.
- Demorastes.
- Demorei... - seu lindo rosto começava a murchar de tristeza.
Me acheguei a ela, acariciei o seu rosto macio.
- Não fiques assim. Só demoraste. Somente issso. Não há com que ficar triste.
Ela olhou em meus olhos e repetiu o meu gesto. Acariciava meu rosto também.
- Passei o dia todo pensando em você... Por que isso está acontecendo comigo? - ela disse. - Fiquei tão ansiosa por este momento. Não sei se estou errando ou se estou doente mas, só agora consegui ficar feliz em todo o dia. Por favor me diga? Há algo errado comigo?
Seus lindos olhos suplicantes eram tão agoniantes de ver que eu fechei os olhos. Os abri novamente a encarei. Uma lágrima escorria de seus olhos. Eu a enxuguei.
- Nada há de errado com você. É só que...
- Que...?
Creio que nada havia para ser dito naquele momento. Foi tão natural como um vento que movimenta as folhas de uma árvore, fazendo algumas caírem. Nossos rostos se aproximando. Cada vez mais perto. Cada vez mais devagar. Cada vez menos lógico. Cada vez... O toque dos lábios, o encontro dos mesmos, e os seguintes reencontros... Seus lãbios... tão doces quanto o mel, ainda que vivesse no mar... Seu cheiro... como flores do campo, ainda que vivesse debaixo d'água. E eu me perdia mais e mais naquele beijo. Eu ia sumindo enquanto alguma coisa ou outro alguém começava a se consumar naquele momento.
- Agora!
Uma rede havia sido lançada sobre nós. Os marinheiros do navio. Oh não o que eu fui fazer? Condenei esta linda sereia a cair nas mãos de pescadores. Ela foi facilmente capturada. Se debatia, soltava ruídos, mas acabou sendo erguida dentro da rede e amarrada ao mastro. Eu tentei impedir, briguei com uns, implorei para outros, mas no fim Haljanor me acerta com uma garrafa. Antes de desmaiar ainda o ouvi dizendo:
- Devia nos agradecer por salvar a sua vida garoto.
Tudo culpa minha...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Luz de La Luna - Cap. II

Depois de um árduo dia de trabalho, resolvi ir para a lateral do navio. Um pé no navio, um pé para fora, a alguns centímetros da água, tocando um pouco do meu violão.
Olhei para a Lua. Lua cheia, linda e misteriosa. Com essa belíssima visão, comecei a tocar uma melodia familiar, que minha mãe cantava justamente nesses dias da fase da lua.

Oh lua que brilhas
E que irradias o meu sofrer
Tornes a voltar amanhã
Pois sem ti não sei viver.

Ilumines o mar de minha existência
E expulses toda a escuridão,
Pois no fundo do oceano
Não há tristeza, mas solidão.

Ao tocar começo a lembrar de meus tempos de criança, fecho os olhos para melhor lembrar. E, absorto em pensamentos, meu pé toca na água e eu rapidamente desperto, me segurando em algo para não cair. Percebo algumas coisa que já estava na água submergindo rapidamente ao meu lado. Achei que deveria ter sido um peixe. Deixei pra lá. Voltei a cantarolar aquela canção.
- Era tu que estavas a cantar esta bela canção, ó bravo marinheiro?
Uma mulher. Uma mulher no mar. Me assustei de tal forma que acabei por cair da lateral para o deque do navio. Fiquei meio atônito. "É só minha imaginação..." pensei. Levantei-me vagarosamente para olhar novamente. Abaixado, criei coragem e coloquei meu rosto de fora para averiguar. Fiquei totalmente paralizado. Ela estava apoiada na lateral do navio, como eu, me encarando. Era de uma beleza sem igual, rosto doce e suave, olhos penetrantes e suplicantes.
- Respondas, ó marinheiro. Eras tu que estavas a cantar aquela linda canção?
-Si... sim! - respondi ainda meio paralizado pela beleza que se encontrava diante de mim.
Ela continuava ali, só me estudando. E eu fazendo o mesmo. explorando e pesquisando cada detalhe de seu rosto, de seus cabelos, seus lábios, seu corpo, sua...
- E como se chama esta linda canção marinheiro?
-Joseph...
- Como?
- Não precisa me chamar de marinheiro, senhorita. Eu tenho um nome.
- Assim como eu.
- Então como seria o nome da senhorita em questão?
Demos breves risadas. Depois silêncio. Só se ouvia o som da brisa do oceano e do bater das águas no casco do navio. Ela me encarava como antes, mas agora com um belo sorriso em seu rosto.
- Me chamo Saphira.
- Senhorita Saphira... você poderia me responder somente uma coisa?
- De certo que sim, nobre senhor Joseph.
Mais algumas risadas. E de de novo ela me encarava com aqueles lindos olhos.
- Er... - eu ficara nervoso. Ela percebendo, riu-se mais um pouco.
- Por que motivo a senhorita ainda não me atraiu para as profundezas?
- Pela simples razão de eu ficar totalmente encantada com canções lindas como a sua. Adoro ouvir como essas doces melodias ecoam pela escuridão do céu deste mar.
- Então você sequer tentará me matar?
Ela riu consigo mesma.
- De certo que não! Não perderia a oportunidade de aprender mais sobre um universo tão apaixonante como a música.
Não parecia, mas era verdade. Eu estava a conversar com uma criatura marinha. Uma sereia. Um ser que atrai os marinheiros com suas belas canções, e depois os levam para as profundezas, onde eles são devorados até os ossos. Saphira parecia confiável a mim, mas ela era uma sereia. A qualquer momento ela poderia me matar se quisesse, mas ela não o tinha feito ainda. Eu sabia que estava correndo perigo, mas tudo valia a pena por aquela visão deslumbrante e linda.
- Agora peço-te. Me ensines a canção.
Falou como uma criança que pede alguma coisa.
- Claro! - eu disse com total disposição. Ela já demonstrava alegria e satisfação.
Seu rosto voltara a ficar cheio de ternura. Os olhos, novamente penetrantes e suplicantes. E o sorriso. Ah, de certo o sorriso mais lindo que eu já vira em minha vida inteira. "Espero que essa aula não seja tão breve... Saphira... tão linda como o alvorecer da manhã."

Luz de La Luna - Cap. I

Meses no mar... que coisa mais triste. Sem nada para fazer além de obedecer ordens de nosso capitão. "Esfreguem! Soltem as amarras! Sr. Owell! Chama isso de dar um nó de verdade?". Não sou muito bom no que faço, trabalhar no Luz de La Luna era uma de minhas poucas opções de sobrevivência.
Eu me dou bem mesmo em compor músicas. Componho pelo menos uma música por dia, e às vezes até eu me assusto com minhas habilidades.
Quando eu era criança minha mãe trabalhava como servente numa casa de alta classe no sul de Nueva Sharpane, uma ilha não tão grande, porém muito próspera em questão do rico comércio portuário e da pescaria. Eu sempre ia junto, pois como ela era muito carismática, sem os patrões não viam problema nela me levar. Ela sempre me levava a ficar bem comportado, com a promessa de um lanchinho no final da tarde enquanto ela cantava uma de suas belas canções. E foi num desses dias, quando ela estava preparando o meu tão aguardado lanche, que comecei a ouvir um som. Era uma doce harmonia tocada em um piano. Rapidamente me desvencilhei de minha mãe e fui em direção à sala desse piano. Ao chegar a sala em questão, entreabri a porta e olhei pela pequena abertura. Era um homem que aparentava ser muito habilidoso com o piano, tentando ensinar alguma melodia para um garoto. Era com certeza o filho dos patrões de minha mãe. O senhor o ensinava, mas ele tentava e não conseguia executá-lo. Seguido de uma birra incontestável de um "Eu não quero mais!" bem agudo, logo os dois saíram da sala. Que outra oportunidade eu teria de novo senão aquela. Entrei sorrateiro e rápido, me dirigindo ao piano. Ao sentar na banqueta, olhei aquela imensidão de teclas, estendi minhas mãos, e, como se fosse algo natural de mim mesmo, comecei a dedilhar aquela melodia a pouco ensinada. Lembro-me somente de o senhor, que antes estava ensinando, me aplaudindo e minha mãe rapidamente me puxando, e pedindo desculpas.
De certo ganhei essa habilidade de minha mãe, que canta maravilhosamente bem, mas como ela mesmo disse, só se sobrevive na vida assim quem já é rico. Então aqui estou eu... Joseph Owell, trabalho em um navio pesqueiro. E nas horas vagas componho melodias, geralmente sobre onde atualmente passo a maior parte do meu tempo. O mar.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fraquezas...

Tá um friozinho bacana e uma vontade de dormir daquelas agora. Mas eu tenho que escrever isso agora, para justamente não ficar deixando pra depois, ou seja, a hora é agora!
Faz quase uma semana que eu estou me sentindo muito fraco... seja no físico, mental, espiritual ou emocional. E foi uma coisa assim tão de repente que até eu estranhei. Num dia você vai dormir alegre, no outro acorda cansado de tudo. Meio estranhinho...
O fato foi que eu realmente queria desistir de algumas coisas da minha vida. Era como meu "eu" interior tivesse gritando pra mim desistir de tudo e relaxasse... Mas como eu faria isso!?!?!? Eu tenho muita gente contando comigo pra fazer algumas coisas. Não posso simplesmente abandonar tudo e fazer o que eu quero... E foi o que eu fiz. Continuei forçando e ignorando minha fraqueza. Não sentia mais vontade nem prazer em fazer as coisas. Fazia mais pela obrigação. Até com os amigos. Conversava com eles porque se eu não conversasse ia criar uma confusão, que era o que eu não estava querendo. Foi uma semana muito tensa.
Mas enfim, fiquei doente, e então tudo ficou meio que mais tranquilo, pois meu corpo agora correspondia com o que eu estava sentindo. Mas de maneira nenhuma eu tentava melhorar.
E eu digo a vocês, nada, nem ninguém em todo esse mundo poderia me tirar desse estado. Por muita muita sorte, eu e você temos um Deus que nos ama muito, e que está de braços abertos, só esperando nós irmos  ao Seu encontro. Ele me tirou desse estado de fraqueza, mas pode fazer muito mais do que você possa imaginar por você. Só Jesus pode te libertar!
O segredo é: nunca desistir e sempre persistir, principalmente em Deus.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mais uma vez...




"Te quero ainda mais uma vez,
    Pois sei que nessa mais uma vez
Todas as minhas saudades serão assassinadas
Todos os meus desejos serão saciados
Tudo o que tiver que ser falado será falado
Os meus olhos se perderão nos teus
E meu coração voltará a ter novamente
Aquele calor e aquele aconchego
Que só você me traz
Por pelo menos mais uma vez..."



by: zeno_XD

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O tempo passa... e cabe a você fazer dele o que julgar melhor. Pois o tempo é um rio, um rio que não volta, um rio que não se importa com o quanto você grite, se esperneie e chore para que ele traga de volta alguma coisa que a correnteza levou - o tempo é um rio de águas ansiosas e violentas.
Você já está nesse rio, agora, nesse momento, ao ler um livro, ao abraçar alguém, ao ir assistir um filme, estamos mudando nossa direção nesse rio - constantemente nos aproximando de uns e nos afastando de outros.
Existem caminhos nesse rio que nem todos podem trilhar com você - as pessoas decidem coisas diferentes, e há vezes que você precisa tanto daquele amigo que sempre está ao seu lado, mas já é tarde, o caminho tomado por ele já não pode ser mais o seu.
Chore, fique triste, sinta saudades... são as únicas lembranças físicas que você terá deles. Abraços? Beijos? Nunca mais.
Então se você  tem a sorte de ainda ter alguém que você ama ao seu lado, não perca tempo e sempre as abrace, diga que as ama e as deixe com palavras de amor, pois pode ser a última vez que você vai vê-las.
E que tudo o que você faça seja proveitoso, para você e para as pessoas ao seu redor, sem ferir ninguém para ter suas vontades realizadas, ou vice-versa.
Não seja um imbecil. Não minta. Não se deixe levar por um qualquer que diz que te ama.
Fique junto dos amigos verdadeiros - neles você encontrará ajuda/ colo/ conforto/ ombros/ animação/ e principalmente amor.
Depois eu falo mais... pois como uma amiga minha... tbm tou com sono zZzZzzZZzzz...
                                                                                                



                                                                                    by: zeno_XD